Tempestades globais de poeira em Marte e a fuga do hidrogênio

Nova pesquisa associa as tempestades de poeira marcianas ao escape do hidrogênio em sua atmosfera e consequente aumento da aridez planetária.

31 de janeiro de 2018

A Mars Orbiter Camera da NASA tirou duas fotos do planeta em 2001, com um mês de diferença. A foto à esquerda foi tirada durante um período calmo da atmosfera, enquanto a foto à direita mostra o planeta coberto pela neblina causada por uma tempestade de poeira.

É fato conhecido do grande público as famosas tempestades de poeira que ocorrem em Marte, muito retratada em filmes de ficção científica como aquela "onda" gigante alaranjada que engole tudo ao seu caminho. Mas indo pra realidade, de fato além dessas tempestades locais, o planeta enfrenta o mesmo fenômeno em escala global, ao ponto que o mesma fica literalmente coberto de poeira e sua superfície invisível.

Cientistas especialistas em climatologia marciana vêm acompanhando as condições atmosféricas e preveem, com base em observações e estudos anteriores, que o planeta terá uma tempestade global de poeira do decorrer de 2018 até no máximo início de 2019.

Se essa tempestade ocorrer, será a oportunidade para testar uma nova teoria. Marte perde seu hidrogênio atmosférico em ritmos maiores durante tais tempestades. Anteriormente acreditava-se que o hidrogênio escapava a taxa constante, com flutuações decorrentes da variação da atividade solar, mas dados obtidos pela sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) na tempestade global de 2007 têm levado os especialistas a repensar suas ideias.

A tempestade de 2007 elevou em mais de 100 vezes  a concentração de vapor de água na atmosfera intermediária (50 a 100 km de altitude). Esse escape do hidrogênio têm levado consigo a umidade do planeta contribuindo para aumento da aridez. Logo, a tempestade prevista para 2018/2019 será a grande oportunidade de verificação da teoria e ver o quanto essa tempestade influencia no débito do hidrogênio e consequentemente na secura do planeta.

Enquanto alguns cientistas estão ansiosos pela tempestade, outros têm mostrado preocupação e cautela. No caso de o fenômeno ser global, os equipamentos (rovers e sondas) terão que ser reajustados para gastar menos energia, visto que a visibilidade será mínima, além do provável recálculo do pouso da Mars InSight, prevista para aterrissagem em novembro de 2018.

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