Descoberta de planetas fora da Via Láctea

05 de fevereiro de 2018

Em 1992, foi descoberto o primeiro exoplaneta (ou planeta extrassolar), de lá pra cá milhares de novos mundo foram encontrados, na sua maioria gigantes gasosos, porém recentemente localizamos muitos planetas "terrestres", ou seja, semelhantes à Terra no tamanho e possivelmente rochosos, alguns até bem próximos de nós, ou seja, poucos anos-luz. Agora um enorme passo foi dado.

Um estudo conduzido por, Eduardo Guerras pesquisador pós-doutorando e  Xinyu Dai, professor do Homer L. Dodge, Departamento de Física e Astronomia da Universidade de Oklahoma, conseguiu descobrir os primeiros exoplanetas fora da Via Láctea. O trabalho foi publicado na The Astrophysical Journal Letters sob título "Probing Planets in Extragalactic Galaxies Using Quasar Microlensing".
Imagem da lente gravitacional RX J1131-1231 no centro e quatro quasars de fundo. Estima-se que existem trilhões de planetas na galáxia elíptica central nesta imagem. Crédito: Universidade de Oklahoma
Como o próprio nome indica, foi utilizada a técnica da microlente gravitacional, uma versão reduzida das lentes gravitacionais. Para quem não sabe, lente gravitacional é uma comprovação da Teoria da Relatividade de Einstein, onde corpos maciços como aglomerados de galáxias ou buracos negros distorcem a luz e permitem observar objetos ainda mais longínquos que ficam atrás deles.

Além das microlentes gravitacionais, a dupla também se serviu de dados do Observatório de raios-X Chandra da NASA para estudar um quasar distante conhecido como RX J1131-1231. O buraco negro central deste quasar foi o objeto massivo a produzir as microlentes. Os planetas "extravialácteos" estão a mais de 3,8 bilhões de anos-luz da Terra e suas massas variam desde massas lunares a jupterianas.

"Este é um exemplo de quão poderosa são as técnicas de análise de microlenções extragaláticas. Esta galáxia está localizada a 3,8 bilhões de anos-luz de distância, e não há a menor chance de observar esses planetas diretamente, nem mesmo com o melhor telescópio que se possa imaginar em um cenário de ficção científica ", disse Guerras. "No entanto, somos capazes de estudá-los, revelar sua presença e até ter uma ideia de suas massas. Esta é uma ciência muito legal. "

Tal descoberta pode indicar que a formação de planetas é algo comum no universo como um todo. Com bilhões de estrelas em nossa galáxia e trilhões de galáxias no universo, o número de planetas pode ser praticamente infinito, o que faz reacender, ou melhor, aumentar as especulações acerca da possibilidade de vida extraterrestre.

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