Quando as luzes se apagam

05 de março de 2013

Todos os dias você vê o Sol nascer à Leste, banhando a Terra com sua luz e calor. Foi graças a ele que nosso planeta surgiu, somos os “restos” de sua formação. O Sol também é nossa fonte primária de energia, em cada segundo ele libera 386 bilhões de bilhões de megawatts de energia como calor, luz visível e outras radiações. Compare: a potência da Usina de Itaipu é de 12600 megawatts por ano. Isso custa ao astro-rei uma perda de massa de 700 milhões de toneladas de hidrogênio por segundo. Mas esse valor é insignificante se comparado à sua massa total de aproximadamente 2 x 1030 Kg ou 2.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000 Kg (dois nonilhões de quilogramas). Portanto não se preocupe, pois o combustível solar durará o suficiente para seus filhos, netos, bisnetos, bisnetos dos seus bisnetos e os bisnetos deles apreciarem o nascer do Sol.
Nascer do Sol na Praia de Majorlândia, Aracati - CE

A queima do hidrogênio promovida na fornalha solar via fusão nuclear, produz hélio, um gás muito leve e que rapidamente se expande. Após milhões e milhões de anos de produção de hélio esse gás promoverá a expansão do Sol como um todo aumentando seu volume e, como estará maior, seu brilho. Em 1,5 bilhão de anos, ele brilhará 10 % a mais que hoje, o suficiente para exterminar qualquer forma de vida que conhecemos hoje. A Terra estará completamente árida e seca com os continentes tornando-se meros planaltos e o que foi um dia oceanos, vastas planícies. E o belo céu azul ficará alaranjado.

Possível aparência da Terra daqui a 1,5 bilhão de anos

Esgotado o suprimento de hidrogênio, o Sol atingirá seu tamanho máximo. Seu diâmetro deverá aumentar 200 vezes, o suficiente para engolir Mercúrio e talvez Vênus, mas segundo alguns estudiosos apesar de aumentar de tamanho o Sol terá uma massa bem menor devido a transformação da massa em energia, com isso sua atração gravitacional enfraquecerá permitindo que os planetas alarguem suas órbitas, e, com isso, pode ser que Vênus “escape” da destruição. Nossa Terra irá para uma órbita próxima da de Marte e assim sucessivamente. Nesse estágio o Sol será uma Gigante Vermelha, ocupando uma área imensa no céu.
Simulação do Sol "engolindo" Mercúrio

O Sol, como uma Gigante Vermelha, visto da Terra

Passados mais alguns milhões de anos, a Gigante Vermelha começará a se encolher e se expandir sucessivamente numa tentativa de reacender o núcleo solar, expelindo matéria a cada ciclo, as camadas exteriores da estrela se desmancharão em gases que envolverão o Sistema Solar, formando uma nebulosa planetária.

Após algumas oscilações, quando o hélio já terá esgotado e transformado em elementos mais pesados como o carbono, as reações químicas se encerrarão. O Sol se reduzirá a um astro chamado Anã Branca, com o diâmetro 17 vezes menor que o atual, apenas 6,5 vezes a largura da Terra (atualmente é quase 110 vezes maior). Nesse estágio o Sol esfriará lentamente irradiando toda energia térmica que possui em seu interior.
Nebulosa Planetária NGC 3132, no centro pode-se ver uma Anã Branca

Essa fase será quase eterna, serão necessários alguns bilhões (talvez trilhões) de anos para que essa fraca estrela se esfrie por completo e após isso ela se apagará para sempre tornando-se uma Anã Negra, um corpo escuro sem energia, uma grande esfera de carvão. É a morte do Sol. E o que acontecerá com a Terra e os demais planetas sobreviventes? Envolvidos na nebulosa planetária expelida durante a agonia solar, continuarão sua fria e escura jornada em torno de uma estrela morta.
Ainda não foram detectadas Anãs Negras, mas deverão ser assim



APOIO:
http://super.abril.com.br/tecnologia/morte-sol-436961.shtml
http://www.infoescola.com/astronomia/diagrama-hr-e-evolucao-estelar/
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http://estrelaseplanetas-cesar.blogspot.com.br/2011_06_01_archive.html
 

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A Terra vista da Estação Espacial Internacional