03 de setembro de 2016
A
história da exploração espacial tem muitos feitos a comemorar nos
últimos 60 anos. Desde o lançamento do primeiro satélite, o soviético Sputnik, em outubro de 1957, até as mais recentes descobertas feitas
pelas sondas extraterrestres, os motivos para celebração não param de
crescer, e se depender da vontade dos pesquisadores espaciais, ainda
teremos muitos anos pela frente.
![]() |
Satélite Vanguard 1 sendo montado no topo do foguete
lançador
|
Em
17 de março de 1958, era lançado de Cabo Canaveral, na Flórida, o quarto
satélite artificial feito pelo homem, o Vanguard 1. Poderia ser apenas
mais uma informação sobre a grande corrida espacial do século XX se não
fosse por um pequeno detalhe: O Vanguard 1 é o mais antigo satélite que
ainda orbita a Terra. Seus predecessores, Sputnik 1 e 2 e Explorer 1
reentraram na atmosfera pouco tempo depois de lançados.
O primeiro
Vanguard 1 foi o primeiro satélite a usar células solares para alimentação dos circuitos internos e foi lançado como uma das contribuições dos EUA para o Ano Geofísico Internacional, entre julho de 1957 e dezembro de 1958. Três instituições, todas militares, participaram do projeto.
Ao exército coube as operações das estações de rastreio enquanto a força aérea providenciou o local de lançamento. Todo o equipamento científico ligado à coleta de dados ficou a cargo do Laboratório de Pesquisa Naval (NRL) norte-americano, responsável perante os organizadores do evento em colocar os experimentos em órbita do nosso planeta.
Pequeno, mas notável
O Vanguard 1 não era um satélite grande. Media aproximadamente 15 centímetros de diâmetro e seu peso não passava de 1,5 Kg. Para ter uma ideia, o Sputnik 1 pesava aproximadamente 100 quilogramas. Devido às suas pequenas dimensões foi chamado pelo então primeiro-ministro soviético, Nikita Khrushchev, de "satélite-pomelo".
![]() |
Satélite Vanguard 1 sendo preparado. As pequenas caixas quadradas ao redor da estrutura são as células
solares. O lançamento do
Vanguard 1, provou que as células podiam durar muitos anos
no espaço.
|
Desde
que foi lançado, o Vanguard 1 já executou quase 229 mil voltas em torno da Terra, percorrendo uma distância superior a 9,5 bilhões de
quilômetros, bem maior que a distância da Terra-Plutão. Quando foi
lançado, forneceu importantes informações sobre o tamanho e deformação
do nosso planeta e estabeleceu uma série de recordes espaciais.
Vanguard 1 também foi pioneiro em muitas das tecnologias aplicadas aos satélites norte-americanos e provou que as células solares poderiam ser empregadas por diversos anos na alimentação de transmissores e circuitos eletrônicos. Para ter uma ideia, os pequenos painéis solares instalados ao redor do satélite operaram os circuitos por mais de 7 anos. Se fossem alimentados por baterias convencionais não funcionariam por mais de 20 dias.
Vanguard 1 também foi pioneiro em muitas das tecnologias aplicadas aos satélites norte-americanos e provou que as células solares poderiam ser empregadas por diversos anos na alimentação de transmissores e circuitos eletrônicos. Para ter uma ideia, os pequenos painéis solares instalados ao redor do satélite operaram os circuitos por mais de 7 anos. Se fossem alimentados por baterias convencionais não funcionariam por mais de 20 dias.
Missão Cumprida
Vanguard 1 cumpriu 100% dos seus objetivos científicos. Entre eles se destacaram:
Vanguard 1 cumpriu 100% dos seus objetivos científicos. Entre eles se destacaram:
- Foi o primeiro satélite a operar com células solares;
- Retornou valiosas informações sobre nossa exosfera como a densidade do ar, variações de temperatura, além de informações acerca de impacto de micrometeoritos;
- Manteve-se em órbita tão estável que permitiu aos cartógrafos redesenhar os mapas das ilhas do Pacífico;
- Comprovou que a Terra não era uma esfera perfeita e sim achatada nos polos.

Quinze anos após seu lançamento, Vanguard 1 se localizava em uma órbita com apogeu (ponto mais afastado da Terra) de 4.000 km acima da superfície da Terra, enquanto seu perigeu (ponto mais próximo) era de 566 km. No ano 2.000 sua altitude havia decaído para 3.316 quilômetros de apogeu e 563 quilômetros de perigeu. Seu período orbital caiu de 133,8 minutos para 132,8 minutos.
Na
época do lançamento do Vanguard, os cientistas do NRL construíram em
diversas partes do planeta uma série de estações de rastreio a qual
deram o nome de Minitrack. Essas estações captavam os sinais do Vanguard
e calculavam os parâmetros orbitais que eram usados na previsão de
posição e determinação das órbitas futuras. Alguns anos mais tarde o
Minitrack deu origem ao atual Sistema de Vigilância Espacial, dos EUA,
que tem a capacidade de detectar e calcular parâmetros de qualquer
satélite desativado que passa sobre o país.
Dois mil anos
Quando foi lançado, as estimativas eram de que o Vanguard 1 deveria se manter em órbita por pelo menos 200 anos. Desde então esse número só tem aumentado e de acordo com os últimos boletins de decaimento, a expectativa de vida de Vanguard 1 já ultrapassa 2.000 anos.
Quando foi lançado, as estimativas eram de que o Vanguard 1 deveria se manter em órbita por pelo menos 200 anos. Desde então esse número só tem aumentado e de acordo com os últimos boletins de decaimento, a expectativa de vida de Vanguard 1 já ultrapassa 2.000 anos.
Sofrendo muito pouco a influência da atmosfera, o Vanguard perde pouca altitude ao longo dos anos. Isso permite que se mantenha em órbita por muito tempo, fazendo com que as futuras gerações lembrem sempre dos primeiros anos da era espacial.
Nenhum comentário:
Postar um comentário