16 de maio de 2016
Satélite soviético Sputnik e lançamento missão americana Apollo XI |
Em 1945 o mundo saía da Segunda Guerra Mundial, o maior evento bélico da história deixava um rastro de milhões de mortos. A Europa ocidental estava destruída, acabava aí sua hegemonia que vinha desde o fim do feudalismo. O mundo passou a ter duas superpotências que lutaram do mesmo lado no conflito, mas que agora se tornaram rivais. De um lado, os Estados Unidos da América - EUA novo líder do capitalismo, superando sua antiga metrópole Inglaterra, disposto a preservar a economia de mercado. Do outro, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS, nascida da aglutinação de 15 repúblicas sob liderança da Rússia, adotando o regime de economia planificada e defendendo o socialismo.
O termo Guerra Fria foi cunhado ao momento que transcorreu a partir de 1946 até meados nos anos de 1980, devido a tensão criada em torno da bipolaridade mundial, onde os países temiam que a qualquer momento a guerra "quente", ou seja, real acontecesse. Tensão esta alimentada pela corrida armamentista, na qual novos dispositivos bélicos foram criados e aperfeiçoados, entre eles temos a bomba atômica (bomba A), já usada na Segunda Guerra Mundial, mas teve versões mais destrutivas e, principalmente, a bomba de hidrogênio (bomba H), com poder de aniquilação centenas de vezes maior que as bombas A.
Nesse contexto de medo de uma Terceira Guerra Mundial, tivemos um efeito colateral positivo. Além do desenvolvimento da indústria bélica, a tecnologia como um todo sofreu enorme impulso. Avanços nos modos de produção, na eletrônica, nos transportes, na computação e nas comunicações foram obtidos nessa fase assustadora do século XX. O embrião da internet, por exemplo, foi desenvolvido nos anos 1960 pelos EUA para melhorar a comunicação entre computadores militares.
O espaço também passou a ser encarado como uma nova fronteira a ser conquistada. Desde a segunda metade do século XIX escritores como Júlio Verne e H. G. Wells já disseminavam aos seus leitores o interesse pelo tema, como Da Terra à Lua de 1865.
O espaço também passou a ser encarado como uma nova fronteira a ser conquistada. Desde a segunda metade do século XIX escritores como Júlio Verne e H. G. Wells já disseminavam aos seus leitores o interesse pelo tema, como Da Terra à Lua de 1865.
Capa do livro Da Terra à Lua, de Júlio Verne. |
Saindo da ficção, experiências com foguetes já ocorriam desde os anos de 1920. O norte-americano Robert Hutchings Goddard, o russo Konstantin Tsiolkovsky e o alemão Hermann Oberth são os pioneiros na astronáutica.
Goddard e seu foguete à gasolina em 1926 |
Equação do foguete de Konstantin Tsiolkovsky |
O Programa Sputnik, os soviéticos saem na frente
Em 4 de outubro de 1957, a URSS lança o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da humanidade. Transportado por um foguete construído para carregar ogivas nucleares, cujo segundo estágio também entrou em órbita, Sputnik 1 era uma esfera de 58,5 cm com 4 antenas e pesava cerca de 83 Kg, sem função científica alguma, a não ser transmitir um sinal de rádio, um "beep". O sinal foi captado durante 22 dias até suas baterias se esgotarem. Depois disso, o satélite ainda orbitou por 6 meses até cair. Ouça o "beep" do Sputnik.
Mesmo sem equipamentos de pesquisa abordo, Sputnik se mostrou eficaz para estudos da alta atmosfera, pois o arrasto aerodinâmico pode ser mensurado, o "beep", mais do que um ruído, nos deu informações sobre a ionosfera e um pouco sobre meteoritos foi aprendido, pois o pequeno satélite foi atingido no espaço, sofrendo despressurização. A corrida espacial começou.
Sputnik 1 |
Com o sucesso do antecessor, a União Soviética logo lança Sputnik 2, em 3 de novembro de 1957 carregando o primeiro ser vivo a espaço a famosa cadela Laika. Infelizmente, o animalzinho morreu poucos instantes após o lançamento devido ao aquecimento da cabine.
Cadela Laika, antes de entrar para a história. |
O programa Sputnik ainda teve outras missões nas quais sempre aumentando a carga transportada, como novos equipamentos científicos e em algumas novos animais foram ao espaço, dessa vez regressando a salvo.
Satélites Explorer e Vanguard, reação dos EUA
Os Estados Unidos assistiram os soviéticos saírem na frente da corrida espacial, mesmo tecnologicamente superiores, os americanos devem seu atraso ao investimento nos complexos lançadores Vangurd. Em 31 de janeiro de 1958, os EUA lançaram Explorer 1 o terceiro satélite artificial (a URSS já enviara Sputnik 2). O Explorer 1 era um verdadeiro laboratório espacial, pois carregava um detetor de raios cósmicos, sensores internos e externos de temperatura, microfone para captar o som de impacto com micrometeoritos e um anel para medir a erosão desses impactos.
Explorer 1 |
O detetor de raios cósmicos ajudou na descoberta do Cinturão de Van Allen, região acima da atmosfera que sobre influência do magnetismo terrestre, dos gases atmosféricos e do vento solar produzindo diversos fenômenos. O Explorer 1 manteve-se em comunicação por quatro meses e levou 12 anos até sair de órbita e cair no Oceano Pacífico.
Em 17 de março de 1958, os EUA obtém êxito a lançar o Vanguard 1, o quarto satélite espacial inovou aos carregar painéis solares. Ele nos deu a forma mais precisa do nosso planeta, mostrou que a Terra tem uma assimetria Norte - Sul que lembra uma pera. O Vanguard 1 parou de transmitir em 1964, mas ele ainda está lá nos céus. Trata-se do mais antigo artefato espacial ainda em órbita e, segundo cálculos sobre o arrasto atmosférico, ainda permanecerá por mais de 200 anos. Outros Vanguard foram lançados, o nº 2 partiu em 1959 também ainda se mantém em órbita.
Nasce a NASA
Em 1915 é criada a NACA pelos EUA, uma agência para investir em tecnologia aeronáutica. A Segunda Guerra Mundial fez esse órgão crescer em importância nos olhos do governo americano. Ao fim da guerra e início da corrida espacial e vendo a União Soviética sair na frente, o "C" de conselho se torna "S" de space. Em julho de 1958 a NASA surge com o objetivo de colocar os EUA na liderança dessa corrida desenvolvendo vários projetos que direta e indiretamente influenciaram a vida de todos nós.
Logotipo da NASA |
O homem vai ao espaço
Com a disputa entre as superpotências se acirrando era necessário dar um passo mais ousado. Surgem os projetos Vostok (soviético) e Mercury (estadunidense). Ambos tem como objetivos promover missões tripuladas no espaço. Os socialistas, mais uma vez, saíram na frente. Em 12 de abril de 1961, Iuri Gagarin dá uma volta em torno da Terra em 1 h 48 min e se torna o primeiro homem a ir ao espaço a bordo da Vostok 1. Também foi dele a famosa frase: "A Terra é azul".
Iuri Gagarin (1934 - 1968) |
Os EUA demoraram um mês para repetir a proeza. Em maio de 1961, Alan Shepard a bordo do Freedom 7 (ou Mercury-Redstone 3) faz um voo suborbital de apenas 15 minutos, mas se torna o primeiro americano no espaço.
Além da Terra
Do decorrer da década de 1960, a Lua se tornou o objeto de desejo tanto de americanos como de soviéticos. A NASA desenvolveu o projeto Gemini para testar atividades extraveiculares e manobras de acoplamento no espaço. O presidente Kennedy afirmou em 1961 que enviaria homens à Lua até o final da década, mas a tecnologia ainda precisaria ser bastante aprimorada para permitir uma descida segura em nosso satélite natural.
Em 1959 a URSS cria o projeto Luna. O Luna 1 ainda na década de 50 foi lançado à Lua, mas problemas nos foguetes o fizeram errar o alvo, porém passou perto, ficou a 5.900 km do satélite e entrou em órbita heliocêntrica entre a Terra e Marte.
Em 1959 a URSS cria o projeto Luna. O Luna 1 ainda na década de 50 foi lançado à Lua, mas problemas nos foguetes o fizeram errar o alvo, porém passou perto, ficou a 5.900 km do satélite e entrou em órbita heliocêntrica entre a Terra e Marte.
Luna 1 |
Ainda em 1959 o Luna 2 atinge o solo lunar em 14 de setembro, tornando-se o primeiro objeto humano a tocar em outro corpo celeste. Levando brasões de União Soviética, mostrava que os mesmos estavam ganhando até com folga dos americanos na corrida espacial. Também em 1959, o Luna 3 fotografou o lado oculto da Lua. No decorrer dos anos seguintes vários satélites Luna foram lançados à Lua, muitos deles colidiram violentamente e estão lá até hoje repousando em solo lunar. Destaque para o Luna 9 em 06 de fevereiro de 1966, que fez o primeiro pouso suave na Lua e também foi o primeiro objeto terrestre a produzir imagens em solo extraterrestre.
Em resposta ao projeto Luna, os EUA criaram o projeto Pioneer. Este sofreu uma série de fracassos ainda no lançamento das sondas, dos dez primeiros lançamentos apenas a Pioneer 4 conseguiu sobrevoar a Lua em março de 1959 e a Pioneer 5 que explorou o espaço entre a Terra e Vênus.
A URSS mantinha farta distância dos EUA, inclusive já obtendo amostras de solo lunar com as missões Luna 16, 20 e 24 a quais trouxeram centenas de gramas de material alienígena. Os Estado Unidos distribuíram o foco, mas ainda sofreram com os projetos Ranger. Já com o Surveyor teve sucessivos pousos suaves, uma preparação para o futuro projeto Apollo. Além da Lua, os EUA mantiveram atenção para os planetas interiores, nasce o Programa Mariner. Com exceção dos Mariner 1, 3 e 9, as outras 7 sondas obtiveram êxito com inúmeras informações de Mercúrio, Vênus e, principalmente, Marte.
A União Soviética tentou disputar o espaço aéreo marciano com os EUA, mas tiveram pouco sucesso com o Programa Marte dos quais a maioria das sondas perderam o contato pouco depois e atingirem a órbita marciana. Em 10 de julho do 1962 a NASA dá um grande impulso para o uso de satélites além da exploração espacial em si, quando foi lançado o Telstar 1, o satélite que permitiu a primeira transmissão ao vivo de imagens de televisão entre os EUA e a Europa. Claro, que eram imagens tremidas e que falhavam constantemente, mas foi um grande passo na evolução das comunicações e um grande golpe nos soviéticos.
Em resposta ao projeto Luna, os EUA criaram o projeto Pioneer. Este sofreu uma série de fracassos ainda no lançamento das sondas, dos dez primeiros lançamentos apenas a Pioneer 4 conseguiu sobrevoar a Lua em março de 1959 e a Pioneer 5 que explorou o espaço entre a Terra e Vênus.
Pioneer 5 |
A URSS mantinha farta distância dos EUA, inclusive já obtendo amostras de solo lunar com as missões Luna 16, 20 e 24 a quais trouxeram centenas de gramas de material alienígena. Os Estado Unidos distribuíram o foco, mas ainda sofreram com os projetos Ranger. Já com o Surveyor teve sucessivos pousos suaves, uma preparação para o futuro projeto Apollo. Além da Lua, os EUA mantiveram atenção para os planetas interiores, nasce o Programa Mariner. Com exceção dos Mariner 1, 3 e 9, as outras 7 sondas obtiveram êxito com inúmeras informações de Mercúrio, Vênus e, principalmente, Marte.
A União Soviética tentou disputar o espaço aéreo marciano com os EUA, mas tiveram pouco sucesso com o Programa Marte dos quais a maioria das sondas perderam o contato pouco depois e atingirem a órbita marciana. Em 10 de julho do 1962 a NASA dá um grande impulso para o uso de satélites além da exploração espacial em si, quando foi lançado o Telstar 1, o satélite que permitiu a primeira transmissão ao vivo de imagens de televisão entre os EUA e a Europa. Claro, que eram imagens tremidas e que falhavam constantemente, mas foi um grande passo na evolução das comunicações e um grande golpe nos soviéticos.
Telstar 1 |
Pouco conhecido, mas muito importante foram as sondas soviéticas do Programa Venera. Estas foram pioneiras em exploração venusiana, onde a Venera 3 foi o primeiro artefato humano a tocar em outro planeta (não foi uma descida suave, ela praticamente desabou da atmosfera). As Veneras 4 e 5 transmitiram da densa atmosfera, a Venera 7 fez o primeiro pouso controlado e suave em outro planeta, ela bem como as Veneras 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 fizeram pousos suaves com transmissão em superfície, inclusive imagens, mas duraram muito pouco (a Venera 12 foi a mais duradoura com 110 minutos) sendo esmagadas pela intensa pressão atmosférica.
Os comunistas lideravam em Vênus, os americanos sobravam em Marte, a Lua era um terreno já bem explorado, com ligeira supremacia soviética. Ainda impulsionados com a fala do presidente Kennedy, o Programa Apollo nasceu com o objetivo de levar o homem à Lua, a missão Apollo 1 incendiou ainda em solo terrestre matando os três tripulantes em 1967. A Apollo 7, levou três astronautas ao espaço onde testaram vários equipamentos de suporte à vida e manobras no espaço, após 10 dias retornaram à Terra satisfeitos com o sucesso da missão.
A Apollo 8 durou apenas 6 dias entre lançamento e retorno, mas foi a primeira missão tripulada a circum-navegar a Lua, também foi a primeira da fazer uma transmissão televisiva do espaço.
Fotografia tirada pela Apollo 8 em dezembro de 1968 |
Em 20 de julho de 1969, data que entraria para a história da humanidade, a missão Apollo 11 lançada quatro dias antes pousava suavemente em solo lunar. A tribulação da missão era formada por Neil Armstrong (comandante), Edwin Aldrin e Michael Collins. Desses apenas os dois primeiros tiveram o prazer de caminhar sobre a Lua, Collins teve de ficar no módulo de comando que orbitava a Lua.
Pegada histórica de Aldrin |
Como o próprio Armstrong disse, foi um grande passo para humanidade, mas dado pela "perna capitalista" dos EUA. Os soviéticos tiveram seus projetos para repetir o feito, mas uma série de problemas técnicos os impediram tiveram de assistir a bandeira americana fincada na Lua. A corrida espacial estava praticamente ganha pelos americanos.
Placa comemorativa deixada na Lua pela missão Apollo 11 |
Outras missões Apollo repetiram o sucesso e acresceram em proezas. A Apollo 12 recuperou parte de uma sonda que já a 31 meses estava na Lua. A Apollo 15 fez entre os trabalhos uma pequena experiência provando que Galileu Galilei estava correto quase 400 anos antes, quando soltou um martelo e uma pena à mesma altura e ambos chegaram ao solo no mesmo instante, ver vídeo.
Recuperando partes de Surveyor 3 |
Jipe lunar utilizado na missão Apollo 15 |
A missão Apollo 17 de dezembro 1972 foi a última que levou o homem à Lua. Especula-se que o enorme volume de dinheiro desprendido para tais missões seja o motivo para o fim do projeto, há quem diga que a principal missão já tinha sido cumprida, a missão de vencer os soviéticos.
Nesse tempo que os EUA dominavam a Lua, a URSS incapaz de fazer o mesmo, se dedicaram a construção de estações espaciais. O Salyut 1 lançada em abril de 1971 foi a primeira estação, porém seu final foi trágico, em outubro do mesmo ano ao reentrar na atmosfera a estação se incendiou matando todos os ocupantes. Os americanos iriam lançar sua primeira estação espacial em maio de 1973, o Skylab.
Um aperto de mãos
O mês de julho de 1975 foi simbólico. Durante a Guerra Fria com a disputa espacial praticamente ganha pelos Estados Unidos, um projeto em comum entre eles e os soviéticos ficou em destaque. A missão Apollo-Soyuz foi um projeto que visava mais do que praticar experimentos e realizar estudos, tinha como objetivo aproximar as superpotências separadas pelo ódio mútuo.
Tripulação da missão Apollo-Soyuz: 3 americanos e 2 soviéticos |
As naves Apollo e Soyuz partiram de seus países no mesmo dia e se acoplaram em 17 de julho permanecendo assim por 1 dia e 23 horas. Nessa união, as tripulação trocou presentes e sementes de cada país para que fossem plantadas no outro.
Guerra nas Estrelas
Em 1983 o governo americano sentindo as tensões do final da Guerra Fria, lança o programa militar Iniciativa Estratégica de Defesa (SDI, sigla em inglês), conhecido informalmente como Guerra nas Estrelas. O projeto consistia num conjunto de radares e mísseis anti-balísticos, amparados por uma complexa rede de satélites artificiais dedicados a monitoração e localização de artefatos bélicos, especialmente mísseis nucleares quando estão no ponto mais alto da trajetória. Alguns desses satélites seria dotados de capacidade de ataque com armas de energia dirigida semelhante aos filmes de ficção científica.
Representação artística da SDI em ação |
Esse sistema daria aos EUA uma superioridade incrível sobre o inimigo, pois o colocaria numa posição de atacar com armas nucleares sem o receio de ser revidado, visto que neutralizaria qualquer contraofensiva adversária. Era previsto que em até 20 anos o sistema estaria pronto.
A URSS foi obrigada a responder e produziu novos foguetes espaciais e mísseis balísticos de longo alcance, num deles foi desenvolvido o foguete Polyus em 1987 capaz de lançar ogivas nucleares do espaço para a terra ou para o próprio espaço. O Projeto Guerra nas Estrelas perdeu a razão de existir com o fim da União Soviética em 1991.
Legado
A corrida espacial nasceu com fins bélicos, descobrir não só por descobrir, mas por ser o primeiro, a fim de humilhar o adversário. Mas ela foi interessante, deu um grande salto no desenvolvimento da tecnologia.
Além do próprio desenvolvimento de foguetes e satélites espaciais. Objetos comuns do nosso dia-a-dia foram construídos no auge das tensões entre americanos e soviéticos. O velcro, o forno micro-ondas, as lentes de contato, as frigideiras Teflon e as fraldas descartáveis são exemplos disso. Num ponto mais avançado temos as comunicações sem fio (wi-fi), o GPS e o código de barras (o comércio agradece) visto que a NASA precisava identificar suas milhares peças.
Frigideira revestida de Teflon, conquista espacial. |
O espaço é fascinante. Conquistas e estudos maiores virão e mudaram nossas vidas. Num futuro talvez não muito distante desfrutaremos de novas tecnologias em nossas casas que hoje são restritas aos astronautas. O que hoje está em Marte, amanhã poderá estar na sua cozinha.
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