10 de novembro de 2014

Por milênios a humanidade tem contemplado o firmamento, em especial nas noites sem Lua. A miríade de estrelas que se apresenta aos olhares humanos tem provocado fascínio e gerado questionamentos. Desde as primeiras observações indagadoras aos modernos telescópios espaciais que veem em diversas frequências de ondas eletromagnéticas, um longo caminho de saber foi, e continua sendo, construído.
Apesar de os maiores avanços científicos serem obtidos com auxílio de poderosos instrumentos, tais como computadores, telescópios imensos e radiotelescópios, para entretenimento do iniciante podemos fazer alguns estudos do céu sem utilizar grandes ou mesmo pequenos equipamentos. Em alguns casos apenas o olhar atento pode ser suficiente para entender um pouco desse vasto campo do saber que é a Astronomia.
IMPORTANTE!
Lugar de observação: procure lugares com menos iluminação artificial possível, pois a luminosidade das cidades ofusca o brilho das estrelas.
Condições meteorológicas: Evite observações com a presença de nuvens (chuva nem pensar), mesmo que existam poucas são suficiente para encobrir as estrelas, causando desconcentração e aborrecimento. O mesmo vale para locais com fumaça.
Lua: o nosso principal "objeto celeste" depois do Sol interfere nas observações, visto que seu brilho "apaga" estrelas ao seu redor e clareia o céu noturno como um todo, a ponto que as estrelas de menor brilho desaparecem. Portanto, se a intenção é ver as estrelas, evite noites de luar. (Quer saber mais sobre a Lua? Leia aqui.)
Os locais, portanto, que oferecem melhores condições de observação são áreas rurais distantes alguns quilômetros dos centros urbanos, de preferências em terreno elevado alguns metros como pequenos morros, para que se possa ver o horizonte sem casas ou árvores em volta, além disso ao chegar num lugar desses aguarde alguns minutos para que seus olhos se adaptem à menor luminosidade.
CONCEITOS
Antes de iniciar as observações, faz-se necessário conhecer alguns termos comuns no estudo astronômico mesmo em nível básico.
ESFERA CELESTE:
Uma esfera de raio unitário, em cujo centro se encontra o observador e na qual representamos os movimentos e as posições dos astros. Em geral usa-se mais o conceito de hemisfério celeste, ou seja, a semiesfera que tem por base o solo.
HORIZONTE:
Linha aparente ao longo da qual, em lugares abertos e planos, observamos que o céu parece tocar a terra ou o mar. Em lugares planos, a vista pode alcançar cerca de 5,6 Km.
ZÊNITE:
Apesar de os maiores avanços científicos serem obtidos com auxílio de poderosos instrumentos, tais como computadores, telescópios imensos e radiotelescópios, para entretenimento do iniciante podemos fazer alguns estudos do céu sem utilizar grandes ou mesmo pequenos equipamentos. Em alguns casos apenas o olhar atento pode ser suficiente para entender um pouco desse vasto campo do saber que é a Astronomia.
IMPORTANTE!
Lugar de observação: procure lugares com menos iluminação artificial possível, pois a luminosidade das cidades ofusca o brilho das estrelas.
Condições meteorológicas: Evite observações com a presença de nuvens (chuva nem pensar), mesmo que existam poucas são suficiente para encobrir as estrelas, causando desconcentração e aborrecimento. O mesmo vale para locais com fumaça.
Lua: o nosso principal "objeto celeste" depois do Sol interfere nas observações, visto que seu brilho "apaga" estrelas ao seu redor e clareia o céu noturno como um todo, a ponto que as estrelas de menor brilho desaparecem. Portanto, se a intenção é ver as estrelas, evite noites de luar. (Quer saber mais sobre a Lua? Leia aqui.)
Os locais, portanto, que oferecem melhores condições de observação são áreas rurais distantes alguns quilômetros dos centros urbanos, de preferências em terreno elevado alguns metros como pequenos morros, para que se possa ver o horizonte sem casas ou árvores em volta, além disso ao chegar num lugar desses aguarde alguns minutos para que seus olhos se adaptem à menor luminosidade.
CONCEITOS
Antes de iniciar as observações, faz-se necessário conhecer alguns termos comuns no estudo astronômico mesmo em nível básico.
ESFERA CELESTE:
Uma esfera de raio unitário, em cujo centro se encontra o observador e na qual representamos os movimentos e as posições dos astros. Em geral usa-se mais o conceito de hemisfério celeste, ou seja, a semiesfera que tem por base o solo.
HORIZONTE:
Linha aparente ao longo da qual, em lugares abertos e planos, observamos que o céu parece tocar a terra ou o mar. Em lugares planos, a vista pode alcançar cerca de 5,6 Km.
ZÊNITE:
Ponto
mais alto do céu em um
determinado local e fica bem acima da cabeça do observador.
NADIR:
Ponto está situado diametralmente oposto ao Zênite, ou seja, abaixo do observador.
PONTOS CARDEAIS:
Para localização de astros deve-se seguir sempre em sentido horário Norte - Leste - Sul - Oeste.
MOVIMENTO DIURNO OU DIÁRIO:
Movimento aparente da esfera celeste de leste para oeste. Observadas ao mesmo horário, as estrelas parecem se deslocar cerca de 1° por dia.
A seguir um esquema representando os conceitos acima:
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Esfera celeste e seus elementos. Fonte: site Cosmobrain |
SISTEMA DE COORDENADAS ASTRONÔMICAS
Para localizar astros no céu com mais precisão, principalmente quando em sites ou livros trazem sua posição, é importante conhecer um sistema de coordenadas que servirá para orientá-lo na esfera celeste.
Existem alguns sistemas de coordenadas astronômicas, aqui trataremos do chamado sistema horizontal, mais fácil e simples, porém pouco utilizado em estudos avançados de profissionais, visto que é um sistema local (fixo na Terra, as coordenadas dependem do lugar e do instante da observação). Existe o sistema equatorial celeste, no qual as coordenadas são fixas no astro, tornando-se característica dele, mantendo sua localização independentemente do lugar e do horário da visualização.
No sistema horizontal as coordenadas são Azimute (A) e Altura (h).
Azimute é o arco medido sobre o horizonte no sentido horário com origem no Norte (N-L-S-O-N) e fim no círculo vertical do astro. O azimute varia de 0° a 360°.
Altura é o ângulo entre a linha do horizonte e o astro, varia de -90° (nadir) a +90° (zênite).
MEDINDO ÂNGULOS NO CÉU
Para auxiliar a localização de objetos no céu, utiliza-se ângulos para determinar distâncias e sua unidade é o grau. Por exemplo, se em determinado lugar e instante as coordenadas de uma certa estrela "X" são azimute 120° e altura 70°, isso significa que para localizar a estrela "X", deveremos a partir do Norte girar 120° em sentido horário e, após isso, elevarmos nossa visão a um ângulo de 70° em relação ao solo. A partir desse exemplo percebe-se a importância de conhecer como medir ângulos na esfera celeste, o que faremos sem usar equipamentos sofisticados.
É de conhecimento que os quatro pontos cardeais formam ângulos de 90° entre si. Usando nossa mão podemos determinar ângulos menores, tendo mais precisão na localização. As imagens a seguir foram obtidas do site do Zênite em conjunto com o Observatório Nacional.
Existem alguns sistemas de coordenadas astronômicas, aqui trataremos do chamado sistema horizontal, mais fácil e simples, porém pouco utilizado em estudos avançados de profissionais, visto que é um sistema local (fixo na Terra, as coordenadas dependem do lugar e do instante da observação). Existe o sistema equatorial celeste, no qual as coordenadas são fixas no astro, tornando-se característica dele, mantendo sua localização independentemente do lugar e do horário da visualização.
No sistema horizontal as coordenadas são Azimute (A) e Altura (h).
Azimute é o arco medido sobre o horizonte no sentido horário com origem no Norte (N-L-S-O-N) e fim no círculo vertical do astro. O azimute varia de 0° a 360°.
Altura é o ângulo entre a linha do horizonte e o astro, varia de -90° (nadir) a +90° (zênite).
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A bolinha azul é o observador. Fonte:
http://astro.if.ufrgs.br/coord.htm
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MEDINDO ÂNGULOS NO CÉU
Para auxiliar a localização de objetos no céu, utiliza-se ângulos para determinar distâncias e sua unidade é o grau. Por exemplo, se em determinado lugar e instante as coordenadas de uma certa estrela "X" são azimute 120° e altura 70°, isso significa que para localizar a estrela "X", deveremos a partir do Norte girar 120° em sentido horário e, após isso, elevarmos nossa visão a um ângulo de 70° em relação ao solo. A partir desse exemplo percebe-se a importância de conhecer como medir ângulos na esfera celeste, o que faremos sem usar equipamentos sofisticados.
É de conhecimento que os quatro pontos cardeais formam ângulos de 90° entre si. Usando nossa mão podemos determinar ângulos menores, tendo mais precisão na localização. As imagens a seguir foram obtidas do site do Zênite em conjunto com o Observatório Nacional.
Nas figuras acima, temos, de forma muito simples, como determinar ângulos no céu. Mas atenção: o braço deve estar estendido para as medidas ficarem precisas.
PLANETAS E ESTRELAS
Para o observador que queira diferenciar os planetas do "oceano" de estrelas, devemos prestar atenção em duas características. Primeiro, planetas não cintilam como estrelas, eles têm um brilho uniforme, exceto se vistos próximos do horizonte, devido à interferência atmosférica, segundo, observando dia após dia verifica-se que os planetas "passeiam" entre as estrelas, ou seja, têm deslocamentos sutis em meio as estrelas, ao contrário, estas mantêm suas posições fixas entre si, deslocando-se em conjunto mantendo as constelações estáveis e terceiro, os planetas seguem o caminho do Sol e da Lua, a eclíptica, assim Vênus ou Mercúrio nunca serão vistos próximos à Estrela Polar ou ao Cruzeiro do Sul.
Quando falamos em deslocamentos de estrelas, lembre-se é um movimento aparente devido à rotação e translação da Terra, elas sim, de fato se movimentam, mas são necessários séculos para que sejam perceptíveis a olho nu.
CONSTELAÇÕES
Outro meio de ajudar a localizar os astros é por meio de usar referências, seja uma estrela conhecida ou uma constelação, e a partir delas seguir em direção ao objeto procurado usando as coordenadas astronômicas e as medidas angulares já estudadas.
Devemos partir das constelações que ficam no caminho do Sol e da Lua, ou seja, as 13 constelações zodiacais. São elas: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Serpentário, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. Atenção: estamos falando de constelações, e não de signos astrológicos, Astrologia não é ciência.
As 12 constelações zodiacais mais a do Ofiúco (OPH) |
São essas as constelações que o Sol "percorre" durante o ano, os planetas também "viajam" por elas. Uma das mais fáceis de localizar é (ver abaixo) ela é bem visível nas noites dos meses de maio, junho, julho e agosto.
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Antares, a estrela vermelha, destaca-se no céu |
Outra constelação interessante é Leão, bem visível nas noites de fevereiro, março, abril e maio, ela uma das que mais se parece com a figura que representa.
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Régulos e Denebola são as estrelas mais brilhantes de Leão |
Touro é outra constelação do zodíaco (mais visível em novembro, dezembro, janeiro e fevereiro) muito atraente, não só pela sua estrela principal, a vermelha Aldebarã, mas pelas Plêiades, um conjunto de estrelas jovens (cerca de 100 milhões de anos) muito próximas, formando um conjunto belíssimo. Também conhecida como Sete Estrelas, pois visualmente vê-se cerca de 7 às vezes 8 estrelas, mas na realidade são centenas delas.
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Touro e parte de Órion (canto inferior esquerdo) |
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As Plêiades |
Outras constelações, além das zodiacais, também merecem destaque, são elas:
Órion, o caçador, está oposto à Escorpião, sua aparência fala por si só, suas noites de melhor visualização são nos meses de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e começo de março, neste no poente, ao anoitecer.
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No cento, as Três Marias ou Cinturão de Órion |
Cruzeiro do Sul, conhecidíssima dos brasileiros, presente em sua bandeira, a estrela mais brilhante, Acrux, é o pé da cruz.
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Próxima ao polo Sul, o eixo maior indica o Sul. |
Pégaso, o cavalo alado, constelação do hemisfério celestial norte dos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro. Nela três estrelas e mais uma da constelação de Andrômeda formam o quadrado de Pégaso.
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Pégaso vista do hemisfério norte |
Cão Maior, vizinha de Órion na região equatorial, nela está presente a estrela Sírius, a mais brilhante do céu, após o Sol. Sua magnitude aparente é -1,46 (para conhecer o sistema de magnitudes clique aqui)
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Sírius, à direita acima. Ela segue o alinhamento das Três Marias |
O céu foi recortado em 88 constelações, a maioria delas, como as que foram citadas acima são de fácil observação e será um ótimo passatempo reconhecê-las.
Além de tudo apresentado aqui, ainda temos no céu estrelas cadentes, cometas, passagens visíveis da Estação Espacial Internacional e do Telescópio Espacial Hubble, eclipses, ocultações de planetas e estrelas.
Portanto, para aprender um pouco sobre o universo ou mesmo se divertir com ele, não se faz obrigatório a posse de sofisticados equipamentos, basta ter alguns conhecimentos prévios (esse foi o objetivo aqui) e paciência.
Mesmo para aqueles que querem avançar mais e decidirem por comprar telescópios ou binóculos, é necessário ter uma base e aprender a dominar e tirar o máximo proveito de seu primeiro aparelho astronômico, seus olhos.
REFERÊNCIAS
- OLIVEIRA FILHO, K. S., SARAIVA, M. F. O. Astronomia & Astrofísica. 3ª Ed. Editora Livraria da Física, 2013.
- http://astro.if.ufrgs.br/coord.htm
- http://www.cosmobrain.com.br/rc/cap1.html
- http://www.zenite.nu?observacaodoceu
Tomara poder dar mais continuidade...
ResponderExcluirAssunto interessante, leitura agradável e dicas importantes para quem gosta de apreciar o céu... Gostei muito!!!
ResponderExcluirEm breve: "COMETAS"
ResponderExcluirBoas informaçoes para a aula observacional que vou proferir
ResponderExcluirGrato pela visita! Que bom poder ajudar!
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