Paleomagnetismo e a nebulosa solar

19 de fevereiro de 2017

Um novo estudo de meteoritos antigos deu novas pistas na compreensão da formação do Sistema Solar.

Os astrônomos estabeleceram um novo cronograma para o Sistema Solar que está ajudando a identificar quando os gigantes de gás Júpiter e Saturno provavelmente se formaram.

Aproximadamente 4,6 bilhões de anos atrás, uma enorme nuvem de gás de hidrogênio e poeira em turbilhão conhecida como a nebulosa solar entrou em colapso sobre si mesma, dando origem ao Sol. Os restos do material dessa nuvem se aglomeraram para formar os planetas, em um processo chamado acréscimo do núcleo.

Um novo estudo sugere que Júpiter e Saturno provavelmente se formaram nos primeiros 4 milhões de anos do Sistema Solar, o que ainda apoia o modelo de acreção central, Benjamin Weiss, coautor do estudo e professor de ciências planetárias no Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Weiss e o principal autor Huapei Wang, um estudante de pós-doutorado no MIT, estudaram as orientações magnéticas de quatro meteoritos antigos chamados angrites. Hoje raros, eles caíram na Terra em diferentes épocas e foram encontrados no Brasil, Argentina, Antártida e no deserto do Saara. Este tipo de rocha espacial atua como um bom marcador de quando o ambiente cósmico era como nos primeiros dias do Sistema Solar.

"Quando a nebulosa solar estava presente, gerou um campo magnético substancial", o qual seria gravado em meteoritos formados durante esse período, disse Weiss. No entanto, pesquisadores observaram pouca ou nenhuma magnetização remanescente no mais antigo dos quatro angrites, que formou com 3,8 milhões de anos. Essa falta de magnetização sugere que o gás e os restos da nebulosa solar já haviam se dissipado naquela época, disse Weiss e, portanto, que a estrutura de grande escala do Sistema Solar, incluindo Júpiter e Saturno, já deve ter sido estabelecida.

"Os sistemas solares formam-se da condensação de uma nebulosa gasosa e obtivemos uma idade precisa para a vida da antiga nebulosa que originou o nosso Sistema Solar", disse Weiss. "Descobrimos que a nebulosa e o campo (magnético) se dispersaram 3,8 milhões de anos após a formação do Sistema Solar".

O estudo publicado em 9 de fevereiro na revista Science oferece uma estimativa mais precisa da comportamento da nebulosa solar e, portanto, ajudará a determinar quando e como outros planetas foram formados no Sistema Solar, disseram os pesquisadores. "Desde que a vida da nebulosa solar afeta criticamente as posições finais de Júpiter e Saturno, ela também afeta a formação posterior da Terra, nossa casa, bem como a formação de outros planetas terrestres", disse Wang em um comunicado do MIT.

No futuro, os pesquisadores disseram que planejam estudar outras amostras de asteroides primitivos a serem coletadas pela nave espacial Hayabusa 2 e pela missão OSIRIS-REx da NASA, que devem retornar à Terra no início da década de 2020. "Eu pretendo medir o magnetismo desses materiais devolvidos, que podem conter registros da nebulosa (solar) de tempos e locais ao redor do sol diferentes do que medimos em meteoritos", disse Weiss.

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